Avançar para o conteúdo

Térmitas: uma infestação silenciosa

Compreender os hábitos, ciclo de vida e variedades das térmitas em Portugal é essencial para estabelecer métodos de controlo eficazes. As térmitas são uma infestação silenciosa e discreta, com a capacidade de se infiltrar nos edifícios sem se fazerem notar até ser demasiado tarde. Evitam a luz e movem-se em fila dentro da madeira ou do solo, já que conseguem criam canais na terra para se deslocar entre a fonte de alimento e o ninho.

As térmitas criam colónias subterrâneas entre 2 e 4 metros de profundidade. Cada colónia está organizada em três castas distintas, cada uma com uma função específica:

  • Operários: procuram ativamente fontes de alimento para sustentar a colónia;
  • Soldados: entram em ação para combater as ameaças que surgem;
  • Reprodutoras: duas vezes por ano, realizam voos nupciais, contribuindo para criar novas colónias ou fornecer mais indivíduos à colónia existente.

As térmitas constituem uma das cerca de 30 ordens dos insetos. Segundo o Workshop “Medidas para Gestão e Combate das Térmitas nos Açores”, as térmitas assemelham-se a formigas, mas são mais aparentadas com as baratas, uma vez que evoluíram, há 100 milhões de anos a partir de um tipo primitivo de barata comedora de madeira atualmente extinta.

É possível identificar as espécies de térmitas a partir das asas que se acumulam nas janelas e claraboias durante os períodos de voo dos reprodutores (entre maio e agosto, no caso da térmita de madeira seca) e dos dejetos acumulados no chão.

Como reconhecer uma térmita?

  • As térmitas são geralmente de cor branca ou marfim.
  • São pequenas, com cerca de 0,3 a 1 centímetro de comprimento, dependendo da casta (operários, soldados ou reprodutores).
  • Possuem antenas retas, em oposição às antenas curvas dos formigas.
  • As térmitas aladas têm asas de igual tamanho, são mais longas que o corpo.
  • Quando em repouso, as asas das térmitas aladas podem sobrepor-se.
  • A cabeça das térmitas é geralmente pequena em relação ao corpo.
  • O corpo é mais uniforme em largura e não apresenta constrição evidente entre o tórax e o abdómen.
Técnico de desinfestação verifica estrutura de edifício devido a danos de térmitas

As térmitas alimentam-se da celulose presente na madeira. Conseguem penetrar na alvenaria até encontrarem uma madeira adequada, que geralmente é húmida e macia. Ali instaladas, começam a consumir a estrutura dos edifícios.

Muitas vezes, passam despercebidas até causarem danos significativos, devorando a madeira até a última lasca. São, pois, insetos capazes de causar danos consideráveis sem que os moradores percebam imediatamente.

Se desconfia de presença de térmitas, procure por sinais de danos em madeira, como galerias ou túneis que podem ser visíveis na superfície da madeira.

Está a reconhecer estes sinais?

Procure profissionais especializados em desinfestação, como a ZeroPragas! Rapidamente avaliamos a situação, identificamos as espécies presentes e implementamos medidas adequadas de controlo para proteger as estruturas das térmitas.

Espécies de térmitas mais comuns em Portugal

  • Reticulitermes lucifugus

Esta térmita subterrânea também é conhecida como formiga branca. É a espécie mais distribuída em território nacional, causando estragos em 33% do país. A sua presença está registada em 100 municípios.

  • Reticulitermes grassei

Térmita subterrânea europeia

  • Cryptotermes brevis

Térmita de madeira seca das Índias encontrada na Madeira e Açores

  • Kalotermes flavicollis

Espécie de térmita de madeira húmida europeia que gosta de madeira seca

Tanto nos Açores, onde foi realizado o Workshop acima citado, como em Portugal continental, esta ordem de insetos está a preocupar os proprietários.

“Admitimos que, nos últimos anos, a infestação esteja a agravar-se. Talvez os insetos passem mais da floresta, onde existiam calmamente, para os edifícios”, avançava em entrevista ao Público Lina Nunes, investigadora do LNEC que dedicou a sua tese de doutoramento a este inseto.

 Em Lisboa, estima-se que mais de metade das freguesias estejam infestadas com térmitas. Os bairros com residentes de classes económicas mais favorecidas eram os que relatavam mais casos. Como são freguesias “mais ricas, é normal que se peçam mais vistorias e tratamentos”, concluía Lina Nunes. Além de que em zonas com maior densidade populacional, com uma “grande concentração de casas, há mais madeira disponível.”

Também nos Açores, a Cryptotermes brevis e a Reticulitermes grassei estão a provocar grandes prejuízos nas principais cidades, como Angra do Heroísmo, Ponta Delgada e Horta. A precisão adiantada no Workshop era para a expansão da espécie a outras partes do arquipélago.

Veja este vídeo de curiosidades sobre as térmitas (em espanhol). Fonte: YouTube – Fundacion Social Santa Marta

Como proceder perante uma infestação de térmitas?

Existe uma elevada probabilidade de existência de térmitas em qualquer habitação, nem que seja apenas num móvel, janela ou rodapé.

As medidas a tomar diferem em função da gravidade da infestação. No caso de uma infestação generalizada e muito severa, a única alternativa é a completa substituição das estruturas!


1. Consultar Profissionais em controlo de pragas

Procure a orientação de especialistas em desinfestação como a ZeroPragas. Temos o conhecimento e experiência necessários para avaliar a extensão da infestação e determinar o melhor curso de ação.

2. Inspeção Detalhada

Realizar uma inspeção detalhada para identificar as áreas afetadas e determinar o método mais apropriado de tratamento.

3. Tratamento Químico

O tratamento químico é frequentemente utilizado e pode incluir a aplicação de inseticidas líquidos ou iscas. Esses produtos são projetados para atingir as térmitas e o ninho.

4. Barreiras Físicas

A instalação de barreiras físicas, como produtos à base de termidor ou barreiras de solo, pode ajudar a prevenir a entrada de térmitas na estrutura.

5. Eliminação do Ninho

É essencial localizar e eliminar o ninho, através da aplicação direta de tratamentos nos locais onde as térmitas constroem os seus ninhos.

6. Monitorização Contínua

Após o tratamento, é importante realizar monitorização contínua para garantir que a infestação foi totalmente erradicada.

7. Reparação de Danos

Se houver danos estruturais significativos, é necessário proceder à reparação desses danos para restaurar a integridade da construção.

8. Medidas Preventivas

Implementar medidas preventivas para evitar futuras infestações, como por exemplo a manutenção regular da estrutura, a correção de problemas de humidade e a instalação de barreiras protetoras.

9. Descarte de madeiras

As madeiras infestadas não devem ser deixadas ao abandono, em locais onde as térmitas poderão propagar-se. O procedimento correto é depositá-las num aterro sanitário e indicar que devem ser enterradas. No caso de térmitas subterrâneas, toda a madeira infestada deve ser queimada.

A abordagem mais eficaz pode variar, dependendo da gravidade da infestação e das condições específicas da estrutura. Consultar profissionais qualificados garantirá um plano de ação adequado ao seu caso.

Que madeiras são mais afetadas pelas térmitas?

Todos os tipos de madeira são um alimento bom para as térmitas, especialmente as mais macias. As menos apetecíveis parecem ser as madeiras exóticas mais duras.

Madeiras Macias:

As térmitas têm uma preferência por madeiras macias e de textura mais suave. Exemplos incluem pinho, abeto e cedro, que são tipos de madeira mais suscetíveis a infestações de térmitas.

Madeiras com Elevado Teor de Humidade:

Madeiras com elevado teor de humidade são mais propensas a atrair térmitas, uma vez que estes insetos são atraídos pela humidade. Algumas variedades de eucalipto e carvalho vermelho, quando húmidas, podem ser alvos preferenciais.

Madeiras Danificadas ou em Decadência:

Madeiras que já estão danificadas, em decomposição ou enfraquecidas por fungos são mais suscetíveis a ataques de térmitas, que preferem madeiras mais fáceis de digerir.

6 dicas para prevenir a destruição causada pelas térmitas!

  • Prefira madeira tratada em fábrica, impregnada com substâncias repelentes de térmitas durante o processo de produção, capaz de proporcionar uma proteção mais duradoura.
  • Em obras ou aquisição de madeiras, verifique o tipo de produto, o respetivo estado de conservação e tratamento prévio.
  • Utilize vernizes e selantes específicos para térmitas na madeira. São produtos que ajudam a proteger a madeira, tornando-a menos atrativa para as térmitas.
  • Mantenha os níveis adequados de humidade nas áreas onde a madeira está presente. As térmitas são atraídas por locais húmidos, pelo que os ambientes mais secos podem ajudar a dissuadi-las.
  • Instale barreiras físicas, como malhas metálicas ou produtos à base de termidor, em redor das estruturas de madeira para prevenir a infiltração de térmitas.
  • Não coloque madeiras, como postes ou alpendres, em contacto com o solo. Garanta o isolamento com metal ou materiais adequados.

Edifícios públicos onde já foram detetadas térmitas

Em alguns monumentos ou instituições bem conhecidas, foram detetadas infestações de térmitas que obrigaram a intervenções profissionais e obras de recuperação. No caso da CVP de Braga, foi mesmo necessário mudar de instalações.

  • Mosteiro dos Jerónimos (Lisboa)
  • Palácio Nacional de Sintra
  • Mosteiro de Tibães (Braga)
  • Quinta das Lágrimas (Coimbra)
  • Convento de Cristo (Tomar)
  • Delegação da Cruz Vermelha Portuguesa (Braga)

Referências:

Público

Construção Magazine

Universidade dos AçoresStrategies of Subterranean Termite Control in Buildings